• Takedown

    From Mauro Veiga@1:2320/100 to All on Thu Aug 11 12:32:02 2016
    O filme ‚ antigo mas ainda ‚ interessante.


    TAKEDOWN - O FILME E O LIVRO
    http://migre.me/r6sYQ

    Derneval R.R. Cunha

    Assistir Takedown, o filme teoricamente baseado no livro de John Markoff
    e Shimamura sobre a persegui‡Æo e captura de Kevin Mitnick. Est  dispon¡vel em locadoras. E quer saber de uma coisa? Talvez seja melhor
    que continue assim.

    O que que tem o filme e o livro? Quando saiu, h  uns cinco anos atr s,
    essa hist¢ria de prisÆo, foi sensacionalismo no mundo inteiro. O "Grande Cracker", o "famigerado Hacker", esse tipo de mat‚ria. Sempre explorando
    a culpa do cara. A hist¢ria rendeu 3 livros, j  traduzidos para o portuguˆs: "TAKEDOWN", "O PIRATA E O SAMURAI" e "JOGO DO FUGITIVO". O japonˆs que ajudou na prisÆo, Shimamura, foi capa de revistas no mundo inteiro. At‚ serviu como exemplo de "bom" hacker. Mitnick, ‚ claro,
    seria o "cracker", o hacker do mau, o "dark-side hacker" , etc, etc..

    Interessante ‚ que, lendo o livro de Shimamura e do rep¢rter John Markoff, t‚m-se essa impressÆo refor‡ada. O mundo estaria mais seguro
    sem Mitnick. Shimamura era um ilustre desconhecido da m¡dia. Markoff,
    por outro lado, ‚ conhecid¡ssimo por seus artigos sobre hacker no jornal "Times", de Nova York. E fez carreira escrevendo sobre Mitnick. TAKEDOWN rendeu quase 1 milhÆo de d¢lares s¢ em direitos de filmagem. Ao contr rio de escritos anteriores sobre o Computer Underground, o livro se concentra na persegui‡Æo, escrita como se fosse duelo entre o bem e o
    mal. Mas enfoca o lado de Shimamura e deixa um monte de pontos sem explica‡Æo.

    Quem visita o site do livro, http://www.takedown.com se vˆ as voltas com informa‡äes referentes a como rastrearam Mitnick por computador. Linux
    ou Unix era nomes desconhecidos at‚ para gente que se formava em computa‡Æo, na ‚poca em que se passa o livro. A pr¢pria internet comercial no Brasil era coisa em planejamento. E o burburinho sobre "hackers" e "computer underground" era m¡nimo. As not¡cias sobre a captura foram copiadas e recopiadas sem a avalia‡Æo de gente especiliazada. A pauta da reportagem sempre era enfocada no gˆnio do
    mal. Mesmo quando a poeira come‡ou a abaixar e especialistas tiveram a palavra sobre o assunto, eram vozes isoladas. E todo mundo acreditava
    que Mitnicklm seria o chamado "Boi de Piranha" (os fazendeiros, quando
    tem que atravessar um rio infestado de piranhas, escolhem um boi para ser "comido" e o resto da manada pode atravessar o rio em seguran‡a).

    E quais eram os pontos de interroga‡Æo na captura de Mitnick? S¢ para
    citar alguns:

    - O rep¢rter John Markoff nÆo tinha nenhuma razÆo para estar presente
    durante a captura. Apesar da sua obsessÆo por retratar a vida de Kevin Mitnick, sua presen‡a no local foi objeto de debates. Tratava-se de um
    civil e sua inser‡Æo no grupo do FBI respons vel pela prisÆo foi quebra
    de procedimento legal.

    - John Markoff era amigo de Shimomura. Ambos ganharam perto de US800.000
    em direitos autorais relativos ao livro, ao filme. Uma outra quantidade
    de grana veio de uma s‚rie de palestras sobre como os dois juntos participaram da captura do cara (sim, eles sa¡ram pelo mundo afora ganhando para contar como fizeram a coisa).

    - Nunca ficou provado que Mitnick era realmente o respons vel pela invasÆo do computador de Shimamura. Os registros (logs) que sÆo apresentados como sendo sinais de sua presen‡a no computador de Shimamura poderiam ser de qualquer outro hacker ou cracker. Tem um monte sobre
    isso no site http://www.giveup.com Experts em seguran‡a inform tica apontaram o computador invadido como exemplo de inseguran‡a (ver algumas cr¡ticas no http://hotwired.lycos.com/i-agent/95/15/index1a.html), inadmiss¡vel no caso de um especialista em consultoria inform tica que Shimamura pretendia ser. O computador dele, com ausˆncia de seguran‡a daquele tipo, s¢ se fosse usado como "isca" para hacker ot rio. Ou seja,
    um computador preparado para observar invas“es de hackers. O mais estranho ‚ que o software "perigoso e capaz de gerar o caos na internet"
    (que realmente ‚ mencionado no filme) nunca poderia estar num computador
    com acesso a internet. a regra mais b sica de seguran‡a. J  existia
    PGP naquela ‚poca. Custava o software estar criptografado? Como no
    livro nÆo se fala nisso, a pouca seguran‡a demonstraria falta de zelo profissional ou coisa do gˆnero. Houve relatos de que o computador continuou sendo invadido ap¢s a captura de Mitnick.

    - A posse de n£meros de cartäes de cr‚dito no computador de Mitnick nÆo implica no fato de que foram usados por ele. A existˆncia desse arquivo contendo os n£meros j  era algo bastante conhecido no computer underground antes da captura e sua disponibilidade continuou depois. Se
    nÆo me engano qualquer um poderia entrar na Netcom e conseguir uma c¢pia
    do artigo em questÆo sem grande dificuldade, mesmo depois de sua captura.
    NÆo h  prova de que alguma vez Mitnick teria usado cartäes de cr‚dito de
    outra pessoas para auferir ganho financeiro de qualquer esp‚cie.

    - Mitnick nÆo estava "fugindo da lei", quando foi preso. J  tinha cumprido bem mais que 90% do tempo sob condicional e podia muito bem
    ficar an“nimo onde quisesse. Para todos os efeitos, era um homem livre
    para ir onde bem entendesse.

    - Dentre as acusa‡äes feitas contra ele nÆo se incluiu o "break-in" no computador de Shimomura. O "leitmotiv" do filme, a razÆo pela qual o especialista se engajou na persegui‡Æo nÆo entrou no processo. Houve listas quil“m‚tricas de pretensos preju¡zos que "teriam" sido causados
    pelo hacker, mas uma fant stica maioria delas se revelou ter pouca sustenta‡Æo e at‚ mesmo houve casos de exageros fant sticos.

    - A quantidade de crimes da qual ele foi acusado nÆo foi suficiente para justificar algo parecido com um julgamento justo. Aqui no Brasil, o m ximo que uma prisÆo preventiva se justifica sÆo 90 dias. A pessoa, quando presa AQUI tem que receber um papel com o motivo pela prisÆo. Existe outro tipo de prisÆo, que se justifica quando o indiv¡duo apresenta perigo para a sociedade (assassinato em s‚rie, etc), coisa
    desse gˆnero, a pessoa fica presa enquanto aguarda julgamento. Mas isso
    ‚ em casos como assassinato, terrorismo, etc.. ou crime hediondo, que nÆo permite fian‡a. A¡ sim, o preso aguarda a data do julgamento na cadeia.
    Kevin Mitnick ficou preso mais de 2 anos sem ningu‚m FALAR em julgamento
    (2 anos ‚ a pena de cadeia normal para assassinato nos EUA) e nÆo chegou
    a ser julgado, na verdade. H  uma hist¢ria ainda por ser escrita, onde
    uma brasileira participante da Anistia Internacional, Fernanda Serpa
    (veja http://www.warpnet.com.br/mitnick/), estava fazendo pressÆo para
    que esse caso fosse inclu¡do na pauta da ONG. E s¢ quando se come‡ou a analisar o caso sob esse aspecto, o de um ser humano preso sem julgamento, ‚ que come‡ou a se falar em observar procedimentos jur¡dicos.
    O suspeito estava esquecido na cadeia, sem acusa‡Æo formal, sem nada por escrito que justificasse sua presen‡a l , s¢ mat‚rias em jornal.

    - Foi feito um acordo (mas nÆo um julgamento), depois de muita insistˆncia e manobras jur¡dicas de v rios tipos, tipo adiamento de audiˆncias, atrasos no pagamento do defensor p£blico encarregado de defendˆ-lo, pressäes como transferˆncia para solit ria e pres¡dios de
    alta periculosidade, etc.. havia at‚ uma tentativa de acordo onde o acusado se comprometia a nÆo escrever nada sobre as ilegalidades cometidas contra ele. As amea‡as de novos processos caso o primeiro resultasse em nada tamb‚m foram outro componente. Ele continuaria preso aguardando outros julgamentos.

    - Quando se vai ser julgado por alguma coisa, o r‚u tem que ter acesso a evidˆncia, as provas contra ele. A quantidade de material compilado como "prova" (ao longo do tempo se verificou que muita coisa beirava fic‡Æo) contra ele era tÆo grande que precisava ser acessada por computador, nÆo
    havia como imprimir. E o uso do computador era negado a ele, mesmo para preparar os textos que seriam usados para sua defesa. Com muita pressÆo
    da opiniÆo p£blica ‚ que houve um acesso m¡nimo, mas mesmo assim, muito
    pouco para o preparo necess rio para uma defesa eficiente. Etc, etc..

    SÆo muitas as incongruˆncias do caso. Mas tudo isso acima indica que Mitnick era inocente? Depende do ponto de vista. Quem lˆ os outros livros sobre o caso, se depara com outras informa‡äes. Mitnick fez algumas brincadeiras muito pesadas. No livro de LITTMAN, "Jogo do Fugitivo", temos a figura do Agente Steal, que quase, acho que nÆo ‚ sequer mencionado no livro de SHIMAMURA, "TAKEDOWN". Esse poderia ser o motivo pelo qual Mitnick tinha que se preso.

    E quem era o Agente Steal? Esse era o codinome de um dark-side hacker
    que tinha sido preso pelo FBI. E ofereceram a ele um acordo: O cara espionava o "Computer Underground" para o FBI, se tornava informante, em outras palavras. Dessa forma, o FBI pagava as contas do apartamento onde
    o cara morava, tinha um monte de regalias, inclusive nÆo seria preso por fraudes que fez (e que continuou fazendo) com cartäes de cr‚dito. Uma
    das tarefas de Agent Steal era "facilitar" a prisÆo de hackers. Participava de traquinagens e depois dedava tudo. Parece que contatou Mitnick e tentou arrumar algum jeito de fazˆ-lo cair em encrenca. S¢ que
    este £ltimo nÆo era nenhum trouxa e descobriu tudo, inclusive n£meros de identidades dos agentes do FBI que estavam "usando" o informante. Mas
    nÆo parou por a¡. Tamb‚m encontrou material sobre o SAS, um super sistema de escuta eletr“nica (grampo telef“nico) totalmente ilegal (governos democr ticos nÆo podem legalmente colocar escuta eletr“nica a
    torto e a direito) em opera‡Æo.

    Mas o mais interessante da hist¢ria foi que Mitnick armou um esquema tal
    que, quando o FBI come‡ou a ir atr s de evidˆncias que sustentassem uma
    pena de prisÆo para ele e seus amigos, a coisa funcionasse mal. A parte
    mais hil ria foi quando fizeram uma "blitz" na casa de um amigo de Mitnick e acharam uma fita de minicassete escondida. Era a grava‡Æo de
    uma conversa entre o informante do FBI e o agente que servia de contato.
    Mais ou menos a mesma coisa que o sujeito procurar fotos da mulher com
    seu amante e, no lugar disso, escondido, achar fotos de si pr¢prio "traindo" sua mulher com uma amante. E nÆo foi s¢ isso. Denunciou o esquema ilegal de contrata‡Æo do informante em questÆo. Mitnick nÆo era "inocente", mas quando se examina os meandros do que aconteceu, nÆo se
    pode falar em "Dark-Side Hacker". Maiores detalhes aconselho ler o livro
    de Littman, "O Jogo do Fugitivo". Que ‚ dif¡cil de ser achado nas livrarias, de qualquer forma, nÆo estou fazendo propaganda. A maioria
    dos jornalistas faria um grande passo em nome de um jornalismo mais imparcial se lesse esse livro antes de escrever bobagens sobre como sÆo
    os hackers.

    Bom, agora que temos toda essa informa‡Æo, ‚ preciso colocar uma coisa
    bem clara. Havia uma razÆo de estado para que fosse feita uma prisÆo de hacker com pompa e circunstÆncia. O governo americano havia feito o chamado "Hacker Crackdown" (grande livro de Bruce Sterling), uma gigantesca "blitz" ou "levante" (para quem sabe o que isso significa)
    para amendrontar e diminuir a amea‡a de intrusos no sistemas (inseguros)
    de comunica‡Æo. E se deu muito mal. O Servi‡o Secreto americano ficou caracterizado como incompetente para lidar com essa amea‡a, foi processado, tachado de autorit rio, gerou prejuizos para pessoas que nÆo tinham nada a ver com o peixe. E a pior parte da hist¢ria, mesmo assim o pessoal continuou invadindo computadores inseguros. E continua, at‚
    mesmo nos dias de hoje. Quem assistiu o filme "Em nome do pai", pode ver
    que mesmo um Estado Democr tico como a Inglaterra, frente a circunstÆncias ruins, pode pode apelar para recursos de baix¡ssima sustenta‡Æo jur¡dica (vamos dizer, pode apelar para "jogo sujo"), na hora
    de resguardar a fama. Coisa que pode e aparentemente foi o caso, na prisÆo de Mitnick. NÆo houve julgamento. Mesmo na R£ssia de St lin se
    fazia alguma esp‚cie de julgamento, antes de mandar criminosos pol¡ticos
    para a Sib‚ria. Mas o tal Dark-side Hacker ficou anos e anos preso sem nenhuma justificativa. E ele sozinho nÆo ‚ e nem pode ser responsabilizado por todas invasäes de computadores.

    Mas sua prisÆo, de v rias formas, foi usada como exemplo para mostrar servi‡o e amedrontar supostos imitadores. Inutilmente.

    Mas falando sobre o filme TAKEDOWN (que est  rendendo um processo de pl gio contra a empresa de cinema MIRAMAX).

    Come‡a "super bem (mal)" , chamando os hackers de "comunistas digitais" (lembrando que nos EUA, chamar algu‚m de comunista ‚ coisa pesada, justificou o macartismo e muito abuso de autoridade, foi acusa‡Æo que desgra‡ou a vida de muita gente). Em seguida acontece uma cena de bar
    (que nÆo me lembro de ter lido no livro "TAKEDOWN" -SHIMAMURA & MARKOFF
    mas que com certeza est  no livro "Jogo do Fugitivo" LITTMAN). O Agente
    Steal aparece e tenta chamar o Mitnick e Ron Austin para entrar em algum neg¢cio il¡cito, sem sucesso. A¡ Mitnick descobre o SAS e tenta enganar Shimamura com engenharia social. A trama ‚ apresentada como um jogo de
    egos. Um tentando ser mais esperto do que o outro. Vale lembrar que o roteiro desse filme foi alterado debaixo de protestos. EntÆo nÆo aparece
    a famosa cena que a imprensa descreveu ad nauseum onde o Mitnick elogiava
    o Kung-Fu de Shimamura.

    A escolha do ator para representar Mitnick no filme ‚ nojenta. Escolheram um sujeito magro, com cara de porto-riquenho, uma minoria altamente discriminada nos EUA. E h  uma cena onde o sujeito pula muros
    altos de uma forma que faz inveja a qualquer malandro de rua. A foto do final, quando o personagem ‚ preso, h  uma demoniza‡Æo do visual. S¢
    falta um par de chifres para ficar uma foto do diabo. As cenas de engenharia social que ocorrem nos primeiros trinta minutos sÆo bem feitas. Mas ao longo do filme o personagem perde um pouco a credibilidade. A favor podemos dizer que h  referˆncias ao fato de que a prisÆo ‚ um desejo do FBI. Mas a forma que Shimamura entra na trama parece um roteiro daquele antigo seriado "Arma‡Æo Ilimitada". apresentado como o profissional que d  consultoria para 500 empresas diferentes e que se interessa pelo assunto lendo um artigo escrito por Markoff no jornal Times.

    A¡ tem as coisas que o Shimamura faz para ajudar na prisÆo do Mitnick.
    S¢ para mencionar, no livro do LITTMAN, h  uma carta do FBI desmentindo qualquer utilidade de um especialista como Shimamura durante a captura do hacker-cracker. S¢ se pode entender como "linguagem cinematogr fica".
    Eles colocaram a trama de modo a mostrar os truques e artimanhas de "hackers" e "crackers" como "m gica digital". E quais as motiva‡“es do personagem no filme? No filme, Shimamura faz o c¢digo que torna o celular uma m quina de escuta telef“nica. Tamb‚m faz um software de guerra inform tica, capaz de realmente destruir dados em computadores e
    gerar o caos. Uma super arma militar. NÆo fica claro se Mitnick est 
    sendo vilÆo ou altru¡sta ao expor essa pesquisa. Mas essa disputa entre
    bem e mal tens uns trechos que extrapolam. O sujeito est  tendo seu

    Por falar nisso, Mitnick, que na vida real j  foi casado, ‚ apresentado
    como um "veado" que prefere ficar fazendo escuta de celular do que dar amassos numa loira que conhece num bar. Mais ou menos assim, a cena:
    ele "chaveca" uma loira, vai para casa com ela. EstÆo juntinhos no sof .
    A¡ quem toma a iniciativa do beijo ‚ ela. Segura o rosto dele e delicadamente d  um beijo na boca. Ele, come‡a a explicar para ela coisas sobre escuta com celular. NÆo t“ dizendo que tal cena nÆo aconteceria na vida real. Tem cara que ‚ uma lesma com mulher. Principalmente quando nunca teve uma mulher na vida. E tem cara que,
    tendo um computador do lado nÆo larga. Mas a menina dar um beijo no cara
    e o cara resolver brincar de "escuta celular", essa foi de matar. A¡ j 
    ‚ coisa de viado. E nesse caso ele nem teria ido com ela para casa. Uma incoerˆncia.

    O final do filme tem referˆncias ao movimento "Free Kevin". E que tipo
    de referˆncias.. o Shimamura vai sacar um dinheiro de um banco 24 horas e
    vˆ que est  sem nenhum no banco. A¡ aparece o logo "Free Kevin". Quer dizer, amigos do Kevin ferraram com o cara que ajudou a prender. Para um
    filme que pretende ser baseado numa hist¢ria ver¡dica, ‚ muita "liberdade criativa". NÆo tem p‚ nem cabe‡a. Mas ‚ preciso lembrar queo filme foi baseado no livro "TAKEDOWN" e que o livro conta a hist¢ria de um japonˆs super-inteligente, especialista em seguran‡a que tem toda hora ir esquiar
    em Aspen para "relaxar". Sou supeito, nÆo gostei do livro. NÆo se compara em qualidade a outros escritos do Markoff. Que por sinal nÆo aparece no filme, a nÆo ser na forma de nome do autor de artigos sobre o hacker no jornal TIMES.

    Mas aqueles que conhecem um pouco mais da hist¢ria se dÆo conta que este filme, tal como o livro no qual foi baseado, nÆo foi feito para documentar a verdade. Nem d  id‚ia do tipo de irregularidades que ocorreram na prisÆo, como a ausˆncia de julgamento. Um texto no final da
    fita informa a data da liberta‡Æo, em janeiro de 2000, que ter  que pagar
    quase US$ 5.000,00 para o governo americano. Mas nÆo d  pista das falsas acusa‡äes e manobras jur¡dicas para se manter o suspeito preso sem julgamento. NÆo mencionam que foi colocado na solit ria por motivos mal explicados e sofreu v rios outros tipos de mal tratos na cadeia.

    Concluindo, nÆo ‚ um filme que valha a pena ser assistido como fonte de informa‡Æo sobre o caso. Tanto o livro quanto o filme nÆo sÆo boas referˆncias. Cont‚m informa‡äes incompletas e tendeciosas.. Servem para divertimento somente para leigos sem nenhuma inten‡Æo de uma an lise
    s‚ria e precisa do que "realmente" acontece no "Computer Underground". O
    que me chateia em tudo isso ‚ que at‚ hoje, quando aparecem jornalistas querendo entrevistas, a maioria tem como fonte de reportagem aquilo que
    foi escrito com base no livro "TAKEDOWN" e em reportagens de Markoff
    sobre o caso. Tratam uma pessoa que foi injustamente acusada (e presa
    por crimes que nÆo cometeu) como um vÆndalo. E ao escreverem sobre ele acabam fazendo reportagens descrevendo um mundo irreal onde o "crime perfeito" ‚ poss¡vel. Se o filme (e o livro) tem alguma que valha um elogio, ‚ que ajudou a criar, na cabe‡a do cidadÆo comum, a no‡Æo de que existem "hackers do bem" se contrapondo a "Dark-side Hackers" ou "Crackers". Pena que nÆo usaram exemplos melhores.

    BIBLIOGRAFIA:
    http://www.warpnet.com.br/mitnick/
    http://www.kevinmitnick.com/
    http://www.giveup.com
    http://www.takedown.com
    http://www.well.com/user/jlittman/game/
    http://migre.me/abIH -- para comprar o Jogo do Fugitivo
    http://back.to/livros -- onde vocǦ pode comprar outros livros sobre Mitnick, 2600 hacker quaterly, hacking, phreaking e literatura estrangeira
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